O Arnaldo Keller viu. Aliás, foi ele que conseguiu o filme em VHS, cópia original, com um amigo. Claro, assisti-o de novo, três vezes. Me lembrava de certos diálogos, pois na época assisti-o 17 vezes. Tinha 13 anos na primeira vez. Caminhos sem Volta (The Racers) é uma produção da 20th Century Fox, de 1955, que retrata o teatro europeu de corridas com total perfeição. Nenhum entusiasta pode deixar de assisti-lo.
É a história de um piloto independente pobre, mecânico (Kirk Douglas), que tenta subir na vida no automobilismo. O roteiro é perfeito. Ele prepara com muito sacrifício um carro mais antigo (Allard J2, acho) para uma corrida de carros esporte em Mônaco, mas na classificação bate feio ao desviar de um cão de estimação e o carro é destruído. A batida é real e consta que o stunt chegou a se machucar bastante.
O cão era de uma linda bailarina clássica (Bella Darvi) que assistia ao treino, quando o cachorro se solta da coleira ao ver um gato e atravessa a pista. A partir daí a trama se desenrola entre o piloto e a bailarina (ver capa do DVD acima).
A moça tinha um amigo, desses que quer ser seu namorado, mais velho, muito rico, que percebe a dor dela por ter acabado com o sonho de um jovem piloto. Tira-a da mesa da roleta, onde ela havia ido na noite do dia do treino tentar, em vão, ganhar dinheiro para comprar um carro para o rapaz, e se oferece para ajudá-la.
Com o dinheiro, o piloto compra um carro esporte usado em bom estado e se inscreve na Mille Miglia. A marca do carro é fictícia, Burano, mas é claramente um Maserati. Ainda independente, o piloto Gino Borgesa enfrenta a poderosa equipe de fábrica da Burano na Mille Miglia, cujo chefe se chama Maglio, interpretado pelo grande Lee J. Cobb.
As cenas dessa Mille Miglia são um verdadeiro deleite para o entusiasta. Dos carros esporte Borgesa é convidado para ser o terceiro piloto da equipe de Fórmula 1 da Burano e os fatos vão se sucedendo. Mas vou parar de contar o filme e torcer para que vocês possam vê-lo.
Há de tudo no filme: amor, desunião, inveja, cobiça, orgulho, drama, ascensão, apogeu e ocaso. E muita cena de pista, obviamente. Tudo magnificamente dirigido por Henry Hathaway.
O Arnaldo tentou copiar o filme para DVD mas não conseguiu, havia um código anticópia que não pôde ser quebrado. Mas na Amazon.com, entrando com The Racers, pode-se saber mais e até comprar, embora só haja cópias em DVD usadas no momento.
É um filme que sempre dará saudade.
BS
Já estou por aqui aproveitando a dica sobre o "Autoentusiastas". Excelente blog! (me fez mudar inclusive minha opinião sobre blogs...) Agora quero ver conseguir encontrar o filme "The Racers" para assistir... Fiquei com água na boca e morrendo de inveja de quem já viu!!! Grande abraço!
ResponderExcluirTambém tinha 13 anos quando ví o filme (algumas vêzes) e até hoje ele é minha principal referência em filmes sobre automobilismo de competição. A narrativa acima me traz à memória detalhes que havia esquecido. Outro site sobre cinema acrescenta uma informação importante: o grande ator Gilbert Roalnd era o coadjuvante de Kirk Douglas, o que valoriza muito o filme. Vou procurá-lo.
ResponderExcluirObrigado Bob.
Jayme Luiz
Jayme,
ExcluirTinha o Gilbert, bem lembrado, e o Cesar Romero, foi um elenco de primeira linha. Na cena em que um mecânico está mexendo em alguma coisa na formação de largada, a corrida inicia e ele é atropelado, tenho impressão de que o carro azul é um Gordini F-1, e quem corria de Gordini era um brasileiro chamado Hermano "Nanô" da Silva Ramos. E a parte da Mille Miglia é antológica!
Abraço!